A Obra da Educação Cristã

É tarefa do educador vivenciar o que educa. O exemplo também é ensinante." - César Moisés. O ensinador cristão não limita seu ensino à sala de aula, antes emprega sua vida diária como um exemplo correto e honesto da aplicação prática do ensino. Também deve dedicar-se por aprender sobre didática e as novas metodologias, além dos recursos ferramentais mais adequados a seu trabalho no ensino, não desprezando assim sua desenvoltura em sala de aula.

José Weider P. Queiroz

1/15/20258 min read

É tarefa do educador vivenciar o que educa. O exemplo também é ensinante." - César Moisés.

Assim, o ensinador cristão não limita seu ensino à sala de aula, antes emprega sua vida diária como um exemplo correto e honesto da aplicação prática do ensino. Também deve dedicar-se por aprender sobre didática e as novas metodologias, além dos recursos ferramentais mais adequados a seu trabalho no ensino, não desprezando assim sua desenvoltura em sala de aula.

O saudoso pastor Antônio Gilberto já alertava que "podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada se não soubermos ensinar." Dessa forma, o ensinador cristão ensina com sua forma de viver mas também ensina na sala de aula com a didática correta e adequada a seu público, utilizando todas as ferramentas disponíveis em sua realidade para auxiliar na absorção do conteúdo pelos educandos sujeitos da educação.

Segundo César Moisés "a educação só acontece com intencionalidade. Ela pode até se processar em espaços diversificados, mas nunca desprovida de objetivos." Qualquer trabalho que não tenha objetivos claros não poderá ser medido e melhorado, será apenas o trabalho pelo trabalho e por vezes correrá o risco de ser destrutivo, sem sentido algum, desperdiçador de recursos, mantido apenas pelo tradicionalismo.

Assim, "o educador que realmente deseja influenciar seus alunos deve em todas as circunstâncias usar linguagem adequada, criando ambiência para que eles possam interagir."

Educar é a transmissão de cultura, de forma intencional, para se formar um tipo ideal de ser humano. A educação cristã é o ato de transmitir por meio do ensino a cultura do Reino dos Céus. Dessa forma, a essência da educação cristã consiste na modelagem de Cristo em cada educando.

A educação é uma ciência que deve ser pensada, estudada, investigada e praticada. César Moisés cita quatro campos da ciência da educação.

1) Fundamentos. Fundamentos tem o significado de "Causa, no sentido de razão de ser".

2) Planejamento e Gestão. Planejar e gerir, fugindo do espontaneísmo e do improviso, garante a aprendizagem do educando, que é o objetivo primaz do processo educativo.

3) Epistemologia. Como o ser humano aprende? E como o ser humano aprende sem prejuízo de sua subjetividade? (Teoria do Conhecimento)

4) Didática. A arte de ensinar, constitui o momento decisivo da aula para educadores e educandos.

1. FUNDAMENTOS

Mateus 28.19-20. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos, de todas as nações, que observarão os mandamentos de Cristo, e, para isto, é necessário ensinar tudo o que Ele ordenou e ensinou.

Efésios 4.11. Demonstra como e por quem esse trabalho deve ser feito, em 1 Co 12.28 está a ordem cronológica do trabalho ministerial.

Assim, ao mesmo instante em que a Igreja é edificada, edifica, e no momento em é formada, também forma. Esse processo dinâmico proporcionado pelo poder proclamatório da Palavra, e sucedido pela educação cristã, é o meio de que se utiliza o Espírito Santo para a perpetuação da igreja e do ministério (2 Timóteo 2.2).

O ensino sadio deve ser preservado pela igreja e nele ela deve perseverar (Atos 2.42), "o pregar (Kerigma)/ e ou proclamar deverá sempre ser seguido pelo ensino e acompanhamento dos novos convertidos. Esse é o único "segredo" para que haja permanência e firmeza na fé.

O ensino para novos convertidos leva tempo e demanda conhecimento, não é possível ser realizado de forma aligeirada. Deve-se iniciar com "leite", tal como nos ensinou o escritor de Hebreus, para depois partir para o alimento sólido, e como disse Jesus aos seus discípulos, nem tudo Ele diria naquele momento, mas quando viesse o Espírito Santo, Ele ensinaria e guiaria os apóstolos em toda a verdade (Hb 5.11-14; Jo 16.12-14).

"1 Coríntios 4.15 e Gálatas 4.19 mostra o cuidado que devemos ter para gerarmos filhos espirituais através da Palavra de Deus. A completude da Grande Comissão é essa, dar frutos, mas frutos permanentes. Isso indica que além de semearmos a boa semente, devemos depois cultivá-la."

Como escreveu Claudionor de Andrade em sua Teologia da Educação Cristã: "O magistério da Igreja não se destina apenas à educação do mundo, tem ele como função também educar a própria Igreja."

Educar necessariamente leva à mudança de comportamento por parte do educando pois, aprender significa mudar.

Conceituando Educação Cristã: "É o programa pedagógico que, tendo por base a Bíblia Sagrada, visa ao aperfeiçoamento espiritual e moral dos que se declaram cristãos e daqueles que venham a atender o chamado do evangelho de Cristo."

É a ciência magisterial da Igreja Cristã que, fundamentada na Bíblia Sagrada, tem por objetivos:

a) A instrução do ser humano no conhecimento divino, a fim de que ele volte a reatar a comunhão com o Criador, e venha a usufruir plenamente dos benefícios do Plano de Salvação que Deus estabeleceu em seu amado Filho.

b) A educação do crente, para que este logre alcançar a perfeição preconizada nas sagradas Escrituras (2 Timóteo 3.16,17)

c) A preparação dos santos, visando capacitá-los a cumprir integralmente os preceitos da Grande Comissão (2 Timóteo 2.15).

A educação cristã é uma atividade central da Igreja e que se faz imprescindível para os nossos dias.

Assevera César Moises "Devemos entender que toda educação é tendenciosa, pois tem uma filosofia ou uma política educacional que a direciona, pois não existe educação neutra ou sem propósito." Portanto, deve a educação cristã ser uma prioridade para cada pai, para cada cristão.

Segundo Claudionor de Andrade, é imprescindível ao educador cristão conhecer as bases teológicas sobre as quais repousa o magistério eclesiástico pois, sem este conhecimento não poderemos desempenhar a contento nossa tarefa.

No âmbito da igreja local é função do pastor bem como dos obreiros locais a normatização dos estudos bíblicos para que não haja heresias nos púlpitos.

A Bíblia, acima de tudo sempre será o ponto de partida e o Livro Texto por excelência do educador cristão. É na Escola Dominical onde o ensino bíblico é ministrado de acordo com a exigência de cada faixa etária, sendo primordial para uma forte base na igreja.

As Escolas Dominicais foram os principais instrumentos de divulgação, entre os crentes, das doutrinas bíblicas pentecostais. "[...] o que mais influenciou a formação teológica dos obreiros pentecostais no Brasil foi a criação das Escolas Bíblicas para a divulgação do ensino teológico."

Cuidemos pois desse tesouro a nós confiado, a EBD.

O lançamento das Lições Bíblicas para a Escola Dominical

Transcrevo a seguir as palavras de Isael de Araújo sobre a história da Escola Dominical.

Dois meses após a fundação das Assembléias de Deus de Belém (Missão da Fé Apostólica), no mês de agosto de 1911, foi realizada a primeira aula de Escola Dominical, na residência de José Batista Carvalho, na Av. São Jerônimo, em Belém. Havia quatro classes: homens, senhoras, meninos e meninas. Cooperavam como professores, naquela época, Samuel Nystrom, Lina Nystrom, Capitolina Soares, Antonio Mendes Garcia, Manoel Maria Rodrigues, Amélia Anglada, Plácido Aristóteles, José Plácido da Costa e outros, (Álbum histórico e cronológico da Escola Dominical, Israel de Araujo, CPAD, 2000, p.8).

As primeiras revistas para a as escolas dominicais nas Assembléias de Deus começaram a ser publicadas em forma de suplemento do jornal Boa Semente. O suplemento era denominado Estudos Dominicaes, escrito pelo missionário Samuel Nystrom, pastor sueco de vasta cultura bíblica e secular. Esses suplementos viam em lições em forma de esboços para um trimestre.

O suplemento era destinado, a princípio, para aqueles membros da igreja considerados pelos missionários e pastores como “vocacionados" para serem os “novos pregadores/ensinadores”, ou seja, os novos obreiros da causa da igreja - e do movimento pentecostal - nos primeiros anos de sua implantação em solo brasileiro.

Provavelmente em 1924, com a montagem da Tipografia Boa Semente no ano anterior, deu-se começo da publicação das primeiras revistas separadamente do jornal Boa Semente. Isto é o que se deduz por meio do anúncio publicado na edição de dezembro de 1923, p. 4, do Boa Semente (grafia da época):

Está em andamento a Revista da Escola Dominical que havemos de publicar para auxílio dos estudos dominicais. O preço será o mais razoável possível.

Todos os que desejarem a assinatura da mesma devem fazer logo os seus pedidos á Redação do << Boa Semente>>, Caixa 672, Pará.

Em 1930, na primeira convenção geral das Assembléias de Deus realizada na Assembléia de Natal (RN), com a decisão de existir um único jornal das Assembléias de Deus, o Mensageiro da Paz, foi lançada no Rio de Janeiro a revista Lições Bíblicas para as escolas dominicais assembleianas. Seu primeiro comentarista e editor foi o missionário Samuel Nystrom. Em 1942 é publicado o primeiro comentário feito por um assembleias nacional, Adalberto Arrates, da AD do rio de Janeiro. Arrates não era pastor, mas possuía grandes conhecimentos bíblicos e teológicos, tendo se tornado, nos anos 60, professor do Instituto Bíblico Pentecostal (IBP) no Rio de Janeiro.

Em suas duas primeiras décadas de existência (30 e 40), a periodicidade da revista sofreu variação. Inicialmente era publicada a cada três meses passando a ser semestralmente nos anos 1935 a 1945. Entre as razões possíveis para essa variação estavam os parcos recursos financeiros para produzi-la, a morosidade e a escassez de transporte de cargas marítimo para a sua circulação em todo o país, o custo do papel por causa da guerra, o controle imposto pelo Estado Novo na publicação de periódicos, entre outros. A revista levava muito tempo para alcançar os pontos distantes do país, assim a alternativa de publicá-la semestralmente era mais viável e mais eficiente num determinado momento. Com a melhora dos transportes - e possivelmente com o fim do Estado Novo, é uma hipótese - a revista voltou a ser trimestral.

As revistas não tinham ilustrações na capa, contra-capa, quarta-capa ou no texto denominado “lições”.

O público infantil só foi contemplado no segundo semestre de 1938 quando apareceu na revista Lições Bíblicas, destinada ao público adulto, um parágrafo intitulado “comentário para crianças”. Mas esse parágrafo que só durou até o último semestre de 1030. Foram escritos por duas mulheres membros da Assembleia de Deus de São Cristovão (RJ), Nair Soares Barata e Cacilda Brito. Em 1943, surgem as Lições Bíblicas para crianças elaboradas pelas mesmas redatoras de 1938. Essas lições eram destinadas às crianças de 6 a 8 anos. Em 1973, é criada a revista Minha revistinha, por iniciativa do pastor José Pimentel de Carvalho, destinada às crianças de 4 e 5 anos.

Atualmente, são impressas anualmente, cerca de 10 milhões de revistas para a escola dominical, incluindo todas as faixas etárias.

Fonte: ARAUJO, Isael de Araujo. Dicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 2007, 1ª edição, p, 43.

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